Sabe aquele dorzinha no joelho que começa como que não quer nada, geralmente depois de um treino mais forte e que aos poucos você vai lembrando ao subir e descer escadas, ao agachar para pegar um objeto, ao ficar muito tempo sentado… e que, gradualmente, começa a atrapalhar durante a corrida? Bom, ela tem um nome – Síndrome Dolorosa Femoropatelar!
Os benefícios decorrentes da corrida são inúmeros e facilmente perceptíveis, principalmente por aqueles que costumam praticar regularmente. Contudo, nem tudo são flores na vida de um corredor… a presença de lesões músculo-esqueléticas representa sem sombra de dúvida o maior dos malefícios; sendo apontada como a principal causa de afastamentos e interrupções da prática.
Recentemente, um estudo estatístico realizado no Brasil, apontou que cerca de 30% dos corredores de rua apresentaram algum tipo de lesão no últimos seis meses. Sendo o sexo masculino, o mais acometido e, a faixa etária entre 31 a 45 anos a campeã de queixas.
Dentre as principais causas relacionadas a estas lesões podemos apontar a falta de orientação na distribuição dos treinos ao longo da semana, o aumento abrupto do volume ou mesmo da intensidade e a falta de recuperação adequada após os treinos como os lideres do ranking. A falta de um adequado aquecimento, o uso de tênis inadequados e a prática em terrenos impróprios também podem ser facilmente apontados como vilões para o surgimento de lesões das lesões. Os Membros Inferiores são os mais acometidos e, independente do tipo ou do grau de complexidade, cerca de 75% das lesões nos corredores são geradas pela sobrecarga decorrente da repetição mecânica – as conhecidas lesões de overuse. Assim, antes mesmo de apontarmos quais as lesões mais prevalentes nos corredores, um dado fundamental merece destaque: cerca de 60 a 70% das lesões de overuse podem ser prevenidas apenas com uma boa avaliação funcional e orientação adequada. Por isso, ressalto sempre a importância de se ter por perto profissionais especializados em avaliar os fatores de riscos relacionados à prática da corrida.
Popularmente conhecida como joelho do corredor, a síndrome doloroso femoropatelar, é caracterizada por dor difusa na região inferior e lateral da patela (para alguns ainda rótula do joelho) e é decorrente do atrito entre as estruturas cartilaginosas da patela com os côndilos femorais.
Esta síndrome dolorosa é extremamente comum e esta relacionada a inúmeros fatores físicos e biomecânicos. As mulheres são mais acometidas em virtude do maior desalinhamento dinâmico dos membros inferiores. Outros fatores como pronação excessiva, fraqueza da musculatura medial da coxa e lateral do quadril e, principalmente, erros relacionados a cargas de treinamentos estão diretamente relacionados ao surgimento de tais dores.
O diagnóstico do joelho do corredor é clínico, mas muitas vezes a solicitação de uma Ressonância Magnética pode oferecer dados importantíssimos para prognóstico. A imagem do desgaste das cartilagens articulares recebe o nome técnico de condromalácia e pode ser classificada em níveis que variam de 1 a 4 conforme o grau de acometimento dos tecidos sobrecarregados.
Adequação das cargas de treinamentos, associado a uma boa recuperação entre as séries e, principalmente, um controle mecânico do gesto são fundamentais para um tratamento efetivo. A escolha certa do tênis também faz parte da reabilitação. Um diagnóstico precoce, oferece melhor prognóstico, por isso é mandatório que o corredor na suspeita da síndrome não postergue a ida a seu médico do esporte.
Lembrem: Atleta bom é aquele que esta treinando… por isso muita atenção para os sinais que seu corpo vai lhe enviando durante os treinos!
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